18 DOM JOAO VI NO BRAZIL

pode vir a ser de funestissimas consequencias para esta Mo- narchia, visto que por ella conseguem os Francezes nao so avisinharem-se das mais importantes colonias do Brazil, mas tambem apropriarem-se a navegagao do Amazonas. " ( I )

Por occasiao da supremacia incontestavel da influencia ingleza, D. Joao de Almeida, que era ministro em Londres, tinha tornado cargo dos negocios estrangeiros e, pelo falleci- mento de Martinho de Mello, D. Rodrigo de Souza Couti- nho, ministro em Turim, dos negocios da marinha. Em 1799, quando o Principe Dom Joao, separando-se ruidosamente de Seabra, o bom discipulo de Pombal, se resolveu a exercer mais directamente ou pessoalmente o poder supremo, deu a Balsemao o reino e, pela morte de Ponte de Lima, mudou D. Rodrigo para a fazenda, confiando a marinha ao vis- conde de Anadia, ministro em Berlim. Foi este o momento em que, debaixo da acgao do Regente, se fundiram as duas fac- C.6es politicas, a ingleza e a franceza, sendo Antonio de Araujo mandado para a Prussia como ministro e Correa da Serra, como conselheiro de embaixada, para Londres.

Com a guerra de 1801, a paz de Badajoz e o tratado de Madrid o partido francez cresceu naturalmente de in fluencia, e esta augmentou de anno para anno, a medida que se m accentuando a ingerencia de Bonaparte nos negocios da Peninsula. O generalissimo Lafoes incorrera no desagrado regio pelo modo cynico por que se deixara sovar pelos soldados do principe da Paz e arrebatar uma praga forte, para mais fiiiando, no proprio dizer, a sua falta de capacidade mihtar no sangue dos Bragangas, que de tao perto Ihe gy- rava nas veias. D. Joao de Almeida e D. Rodrigo porem, os corypheus da anglophilia, tiveram de afinal deixar o mi-

(1) Despaicho de 20 -de Novembro de 1801. Arch. Pub, do Rio de Janeiro.

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