20 r>OM JOAO VI NO BRAZIL
europea nos quinze primeiros annos do seculo XIX, foi o abaixamento da Inglaterra - - da mesma forma que a feigao capital da politica dos Bourbons fora o abaixamento da Casa d Austria, pelo menos ate que a Pompadour e Choiseul Ihe alteraram este aspecto - - , Portugal estava de primeira mao sem remissao condemnado. Como alliado tradicional da mo- narchia ingleza e como conhecida feitoria do commercio bri- tannico, paiz algum com effeito devia considerar-se mais d<estinado a ser incluido no systema napoleonico de exclusao do Reino Unido sob o duplo ponto de vista mercantil e terri torial. Para que um tal systema se tornasse ef ficaz, isto e, para ferir commercial e industrialmente de morte a Gra Bretanha, a exclusao tinha forgosamente que abranger toda a Europa, e si nao aspirava a ser mais do que continental, era porque para tanto nao dava o poderio naval da Franga.
Portugal via assim posto e inadiavel diante de si o di lemma angustioso. Abarbada com difficuldades, nao Ihe dando o odio de Napoleao um anno de descango, a Inglaterra descurara a protecgao devida e indispensavel a conservagao portugueza, embora nao abandonasse por complete o amigo e fiel alliado. Longe d isso, as ameagas de Talleyrand a lord Landerdale no anno de 1806 sobre invasao e partilha de Por tugal foram, no dizer do conde do Funchal, embaixador em Londres, maduramente pesadas na corte de St. James. To- mou o governo inglez precaugoes para a defeza do paiz amea- gado, destacando parte da esquadra para Lisboa, mandando generaes e offerecendo dinheiro ao Principe Regente. Si este o nao acceitou e desprezou as outras formas do auxilio, foi para nao quebrar muito abertamente a famosa neutralidade, que agora tinha de exercer-se benevola a Franga. Veremos como houve ate o governo de Lisboa, coitado, que acceder sorrateiro, obedecer constrangido, consentir doblemente e
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