DOM JOAO VI NO BRAZIL 433
mente todos os pavilhoes. O panico era por isso geral. No Brazil o numerario remettido das provincias para a capital e mesmo as malas do correio estavam sendo, com receio de captura violenta, transportadas pelos navios de guerra es trangeiros. Cs Inglezes, que naturalmente se encarregavam de quasi todos estes transportes, tiravam ate d ahi sua boa commissao.
Em Lisboa tratou-se de restabelecer, para protecgao dos navios mercantes, o velho systema dos comboios, muito empregado nos seculos XVII e XVI 1 1 1. A protecgao nao era demasiada, pois quasi nao ha despacho do consul Les- seps que nao falle em prezas feitas pelos corsarios america- nos com pavilhao de Artigas, que tao graves perdas acarre- tavam ao commercio nacional e em tao grande consternagao o punham, prevendo-se maiores prejuizos ainda e tremen- do-se pela sorte de todos os navios sahidos da India ou do Brazil para a antiga capital da monarchia.
A base principal de operagoes d esses corsarios parecia ser nas ilhas dos Agores e immediagoes, donde singravam a capturar as embarcacoes que regressavam quer do Velho, quer do Novo Mundo. A perspectiva economica mais som- bria se fazia assim para Portugal e, como devia acontecer, desafogava-se o desgosto em recriminagoes contra a mudanga da corte e as cons equencias que determinara a preeminencia concedida aos interesses brazileiros. Tambem, escrevia Lesseps, as victimas d estes successes pouco poupam nos seus dizeres o gabinete brazileiro cuja ambigao, segundo ellas, sacrificou tantas riquezas reaes a esperanga incerta de en- grandecer-se, e cuja impericia esgota cada vez mais os re- cursos de Portugal" (i),
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