26 DOM JOAO VI NO BRAZIL

ropa para o sequestro das propriedades e detengao dos subdi- tos inglezes, expresses nas instrucgoes ao representante di- plomatico imperial em Lisboa, mereceu o governo portuguez que pelo tratado de Fontainebleau, a 27 de Outubro de 1807, acabasse Napoleao a sua partida com retalhar o territorio do Reino, reservando-se, em deposito segundo dizia, a mais for- mosa parte e sacudindo as sobras ao principe da Paz e a Rainha da Etruria. *

Reconhecia d est arte bem cedo a Hespanha a sabedoria de um dos sens numerosos rifoes populares, ao verificar a inutilidade, pelo menos immediata, dos sens arrancos da cam- panha de 1801 e das numerosas contrariedades que Ihe custara a caprichosa amizade testemunhada a Franga. Restava-lhe, e verdade, a consolagao de pensar que o esphacelo de Portugal e a retirada da familia de Braganca para o Brazil so poderiam contar-se como probabilidades favoraveis a uma futura reu- niao da Peninsula debaixo do sceptro castelhano. Quando passasse a tormenta, teria ido a pique a dynastia portugueza, e ficado com a mao no leme da sua embarcagao, prompta a acolher os naufragos, a dynastia hespanhola. D outra banda porem a transferencia da sede da monarchia portugueza para o Novo Mundo, na proximidade das possessoes hespanholas, d ora em diante limitrophe de dous vice-reinados e de uma capitania general, representava para essas uma ameaga palpa- vel, e o destino cedo mostrou quanto encerravam de real os receios provocados pelo habil golpe politico que foi 2 trasla- dagao da corte de Lisboa para o Rio de Janeiro.

Por meio da concessao, grata a vaidade hespanhola, da occupacao de varios pontos do Reino, manifestava Napoleao o intento d.e entreter os designios de conquista alimentados pela sua alliada contra o visinho Portugal. Estava-se porem na primeira phase apenas da evolugao psychologica pela qual

�� �