DOM JOAO VI NO BRAZIL 459

cargo de desembargador da Casa da Supplicagao no Rio, fora mandado para exercer o governo civil e politico da Guyana com o titulo de intendente geral da polrcia.

A adminis tragao de Maciel da Costa, que era brazi- leiro, natural de Minns Geraes, constitue uma pagina hon- rosa do reinado americano de Dom Joao VI. Os sens co>nhe- cimentos juridicos e outros, a sua sciencia da lingua franceza, a sua lhaneza, espirito de justiga e actividade burocratica fizeram d elle nos sete annos e meio da sua residencia official em Cayenna Marco de 1810 a Novembro de 1817 um governante geralmente tido por modelo, que deixou muito agradaveis recordacoes quando a possessao foi restituida a Franga e os antigos senhores a reoccuparam.

Nao ficou todavia a administragao portugueza extreme de queixas contra ella. Os descontentes sao Inevitaveis e por- ventura alguns justificaveis, apezar da colonia ter aprovei- tado materialmente, quando mais nao fosse pela livre expor- tacao e venda com lucros dos seus generos coloniaes, amon- toados inutilmente nos armazens durante os annos de guerra em que a Inglaterra varria de inimigos os mares com suas esquadras. As bemfeitorias publicas realizadas por Maciel da Costa e Manoel Marques foram reaes segundo testemunhos insuspeitos, nao somente indirectamente effectivas. O Cor- reio Braziliense affirmou nao obstante, ter recebido cartas da Guyana em que se maldizia do governo despotico alii estabelecido, com todos os poderes concentrados nas rnaos de um intend ente que atropelava a justiga, recolhia ao the- souro grandes sommas, produzidas pelos confiscos e mais formas tributaries violentas, interrompia o curso da lei nas dividas e crimes dos Portuguezes park com os habitantes e praticava outras arbitrariedades.

�� �