DOM JOAO VI NO BRAZIL 511

Palmella encaminhou todavia a questao de Cayenna, estipulando verbalmente na conferencia e immediatamente por um a troca de notas que a Franga nao alienaria ou per- mutaria essa colonia, e dando ao accordo existente a inter- preta^ao de deverem combinar-se n uma so as negociacoes da restituigao da conquista e da fixagao definitiva da fron- tefra das Guy an as, negociacoes que o ministro de Luiz XVIII entendia distinctas pelo sentido que attribuia ao tratado de Vienna. Ficavam assim postos os alicerces para o proximo trabalho de Francisco Jose Maria de Brito, o qual assistiu a conferencia de 8 de Novembro de 1815 entre Palmella e Richelieu.

Palmella tinha o dom, mais raro do que convem entre os diplomatas, de nao gostar de deixar assumpto que dissesse res- peito a sua missao senao esgotado ou pelo menos no melhor geitornao Ihe sorriam as situac/ks indefinidas ou v ambiguas em que muitas vezes se compraz a argucia das chancellarias. Assim nao quiz partir sem tambem preparar uma intelligencia com a Hespanha, julgando que a nova intima allian^a da Inglaterra com as cortes reaccionarias do Norte isolava muito Portugal e que a Santa Allianqa nao poderia olhar com desconfianca para o levantamento no lado dos Pyrineus de um clique a enchente revolucionaria da Franca, contra a qual justamente aquella fe dera^ao, meio m} r stica e meio pra- tica, de reis contra povos, levantara diques no Rheno e nos Alpes.

"A Monarquia Portugueza, repartida nos dous hemisphe- rios, exige certamente, emquanto nao tiver adquirido na America a consistencia e o vigor a que a extensao do seu territorio Ihe permitte de aspirar, que se conserve cuidado- samente a intima uniao com Inglaterra, que assegura a sua

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