532 DOM JOAO VI NO BRAZIL
nao haver a Russia obstado, como Ihe teria sido posslvel, a invasao de Portugal, e de nao querer n aquelle momento mes- mo tomar o compromisso de assumir na paz geral a garan- tia dos Estados da Coroa de Portugal, segundo os termos do tratado vigente.de allianca de 1799; nem sequer annuir a abrir os portos russos ao commercio portuguez somente ao commercio brazileiro emquanto fosse o Reino theatro de guerra entre a Franga e a Gra Bretanha. Navarro de Andra- de mais insistia nas suas reclamagoes por ver que a harmonia com a Franga era antipathica ao sentimento geral da nagao russa, bem entendido da parte minima d ella que contava em materia de opiniao. Essa harmonia alias determinou a guerra russa contra a Suecia e sustentou-se durante a campanha franceza contra a Austria, que culminou em Wagram, mas fizeram-na logo estremecer a fidelidade jurada pela Galicia a Napoleao e os intentos emprestados ao Imperador dos Francezes de restaurar o reino da Polonia, surgindo por fim, como e sabido, das desconfiangas a discordia.
Nao foi portanto a elevagao do Brazil a Reino mais do que a consagracao de um facto consummado, a legi- timagao de uma situagao a que nao havia fugir. Quan- do mesmo Palmella nao tivesse astuciosamente posto esta suggestae na bocca de Talleyrand, fatalmente acudiria ella a um homem como Barca, com quern o instincto py- blico associou desde logo a resolugao real, indicando-o como seu inspirador e assim firmando uma tradigao que nada mais abalaria porque corresponde plenamente a in- tengao, que em caso tal e quasi licito que prime a realidade.
Barca nao podia deixar de ser o primeiro partidario da elevagao de cathegoria da colonia que a corte escolhera para sua residencia temporaria quiga definitiva e donde es-
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