38 DOM JOAO VI NO BRAZIL
D. Luiz da Cunha e Pombal. Ainda antes, a ida para o Bra zil fora aconselhada ao Prior do Crato por occasiao da irre- sistivel invasao do duque d Alba, e tinham Dom Joao IV, a Rainha Dona Luiza de Guzman e o padre Antonio Vieira acariciado semelhante idea diante da persistente guerra de rei- vindicagao hespanhola. Pode dizer-se que era um alvitre amadurecido, porquanto invariavelmente lembrado em todos os mementos difficeis atravessados pela independencia nacio- nal. A partir errtao da crise jacobina e depois napoleonica, esteve tal piano diariamente na tela da discussao.
Em 1803, por exemplo, dirigia D. Rodrigo de Souza Coutinho ao Principe Regente uma memoria sobre a mu- danga da sede da monarchia na qual se encontram as seguin tes judiciosas palavras: " Quando se considera que Portugal por si mesmo muito defensavel, nao he a melhor, e mais essencial parte da Monarquia; que depois de devastado por huma longa e sanguinolenta guerra, ainda resta ao seu Sobe- rano, e aos seos Povos o irem crear hum poderoso Imperio no Brazil, donde se volte a reconquistar, o que se possa ter perdido na Europa, e donde se continue huma guerra eterna contra o fero inimigo, que recusa reconhecer a Neutralidade
de huma Potencia, que mostra desejar conservala " ;
e como para D. Rodrigo a idea de retirada andava associada com a da mais vigorosa e tenaz resistencia contra a tyrannin franceza, nao se peja de denominar nobre e resoluta determi- nagao o que e vulgarmente tido por um movimento de pa nico: Quaesquer que sejao os perigos, que acompanhem huma tao nobre, e resoluta determinagao, os mesmos sao sempre muito inferiores aos que certamente hao de seguir-se da entrada dos Francezes nos Portos do reino, e que ou hao de trazer a abdicagao de V. A. R. a sua Real Coroa, a abo- lic.ao da Monarquia, ou huma oppressao fatal, qual a que
�� �