42 DOM JOAO VI NO BRAZIL

Desprezando Portugal qualquer dos alvitres, restava a Inglaterra agir pela forga, desembarcando tropas sob o com mando do general Simcoe, que occupassem as fortalezas do Tejo ao mesmo tempo que a esquadra britannica aprezasse os navios portuguezes. Tudo se faria com a declaragao de que se nao tratava de conquista e sob pretexto de tratar-se de auxilio, porquanto nao era licito a Inglaterra perder esse terreno unico para a sua lucta continental, nem sobretudo consentir que se tornasse infensa ao seu poderio naval e mer- cantil a costa portugueza.

A invasao nao estava porem ainda n esse momento, que se soubesse pelos menos, decidida pelo Imperador dos Fran- cezes, e os preparatives de guerra contra Portugal nao ap- pareciam adiantados como o acreditava e queria fazer crer o governo britannico; pelo que a corte de Lisboa, com as maiores instancias (at the earnest entreaty} diz Mrs. Gra ham, conseguio que tropas de desem-barque e esquadra de soccorro fossem retiradas do Tejo. Proseguia o entremez da neutralidade e da adhesao ao bloqueio continental ate er- guer-se o panno para o primeiro acto da tragedia da oc- cupacao.

Entretanto ia sazonando a idea da trasladaqao. N uma memoria confidencial entregue a Canning, quando pela pri- meira vez Secretario d Estado dos Negocios Estrangeiros, por D. Domingos de Souza Coutinho, a 10 de Setembro de 1807, para protestar contra qualquer idea de occupacao da ilha da Madeira designio que transpirara e foi com ef- feito executado a 24 de Dezembro do mesmo anno cri- tica o representante portuguez na corte de St. James a op- portunidade de semelhante medida, na occasiao justamente em que o Principe Regente de Portugal estava cogitando de abandonar o paiz natal e ir fundar um novo Imperio

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