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Os acontecimentos levavam d isso a maior culpa, sendo comtudo inevitavel o seu effeito. D antes, em pleno periodo colonial, eram rarissimos os titulares, de que so se conhe- ciam os do velho Reino, que vinham occupar cargos da ad- ministragao: por isso mesmo mais se os respeitava. Agora, a distribuicjio de merces imaginada pelo Principe Regente em obediencia aos impulsos do seu coragao generoso e aos dicta- mes dos sens calculos de governo, despertando ambic.6es e concorrencias, servilismos e invejas, ia alterar sensivelmente a situagao, e com ella os costumes.
Os individuos ennobrecidos, agraciados com habitos e commendas, entenderiam nao Ihes quadrar mais commerciar, sim viver das suas rendas ou, melhor ainda, obter empregos do Estado. Avolumar-se-hia d esta forma o numero dos func- cionarios publicos, com grande despeito e pronunciado ran cor dos emigrantes burocratas do Reino, que tinham acom- panhado a familia real ou chegavam seduzidos por essas collocagoes em que as fraudes multiplicavam os ganhos licitos, muito pouco remuneradores ( I ) .
N este terreno e no militar, observa o historiador inglez - um dos mais series e penetrantes commentadores dos suc cesses do Brazil - - e que os ciumes dos Portuguezes encon- trariam os melhores motivos para fazer explosao. No exer- cito, todavia, attenta a superior qualidade das suas tropas disciplinadas e aguerridas, conservariam elles a supremacia e continuariam monopolizando todos os postos acima de capitao, o que por seu turno era de natureza a provocar des- contentamento entre os B-razileiros.
��(1) John Armitage, The History of Brazil, from the period of the arrival of the Jlntf/nnza Family in 1808, to the abdication of Don Pedro the first in 1831. Lon don, 1836.
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