666 DOM JOAO VI NO BRAZIL

estando ajustadas as desavengas entre as duas cortes de Hespanha e de Portugal, se proceda a executar o que houver sido combinado. A advertencia do diplomata hespanhol dava d este modo completa razao a argumentagao dos plenipo- tenciarios portuguezes na Europa, sobretudo depois que Palmella collocara a questao sobre os fundamentos de uma mais habfl dialectica, conseguindo transformar por inteiro a attitude dos representantes das potencias medianeiras inves- tidos das suas funcgoes quasi arbitraes, a qual passou de sym- pathica a Hespanha a ser sympathica a Portugal.

Como Casa Flores reclamasse uma resposta decisiva e satisfactoria, Thomaz Antonio, que geria a pasta dos Ne- gocios Estrangeiros, a deu muito geitosa ( I ) , pondo em relevo aquella justiga que por fim se via assistir a diplomacia portugueza, e no mais taxando de imaginarios os temores manifestados nas duas notas hespanholas. Os proprios legiti- mistas da Banda Oriental eram que espalhavam boatos ater- radores e, naturalmente envaidados com a proxima chegada da real expedigao, chegavam a provocar os soldados portu guezes, que por esse tempo estavam ligando seus movimentos para atacarem o acampamento de Artigas em Passo de Arenas e a villa do Coelho (2).

A actividade bellica das duas parcialidades permanecera bastante adormecida ate entao n esse anno de 1819, conser- vando-se cs Portuguezes como que entorpecidos nas suas po- siqoes e acantonamentos (3) e Artigas parado no mesmo quartel-general de Ervidero (onde se encontrava quando Lecor abrio a campanha de 1816), depois de se ter sangrado para fomentar a rebelliao e pelejar em Santa Fe contra Bue-

��(1) Nota de 8 de Xovembro de 1819, ibidem.

(2) Corresp. de Maler, no Arch, do Min. dos Neg. Est. de Franga.

(3) Officio de Maler de 30 de Marco de 1819.

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