DOM JOAO VI NO BRAZIL 697

De Madrid e que desde logo entrou a partir a resisten- cia, nao julgando o governo hespanhol bastantemente se guras as garantias offerecidas nem as desistencias promet- tidas. Os representantes na Hespanha das cortes alliadas tiveram que receber ordens para decidirem o gabinete de Fernando VII a abandonar sua posigao e harmonizar-se com as vistas dos mediadores e a boa vontade da parte contraria. Esta era alias em grande parte dictada pelas circumstancias da occupagao mesma, porquanto a posigao de Lecor em Mon tevideo, com a campanha sempre assolada pelos bandos armados de Artigas, que so em 1820 teve que se refugiar vencido no Paraguay de Francia, e sua inacgao em frente as partidas de contrabandistas e guerrilheiros estavam desmora- lizando as tropas reaes e animando a prosecugao da lucta, accrescendo para isto os boatos, baseados na intriga diploma- tica de Pariz, de restituigao a Hespanha da Banda Orien tal.

Pelo acto dos diplomatas portuguezes, em termos mais pessoaes pelo raro talento profissional de Palmella, que mais do que ninguem contribuio desde Cadiz ate Londres, du- rante dez annos, para aplanar ao governo do seu soberano todas as difficuldades que Ihe for am suscitadas no tablado politico europeu, collocou-se Portugal no bom terreno. Com sua adhesao calculada, pois que o projecto de tratado pro- posto foi objecto de muitas explicagoes, muitas modificaQoes e muitos retoques, foi essa nagao que passou a solicitar a mediagao que de primeiro extranhara e repugnara, e a pedir as grandes potencias que obtivessem para aquella sua solu- gao o assentimento hespanhol. E tanto Ihes conquistou Portu gal as boas gragas com sua condescendencia nao isenta de dignidade, que M-etternich escrevia a Palmella n uma carta

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