DOM JOAO VI NO BRAZIL 735

(a guerra de Montevideo nao comegara ainda) e a insigni- ficancia do seu poder militar tornavam futil o motive para o dispendioso e dispensavel ornamento burocratico.

Entendia Hippolyto que os trabalhos da Meza da Consciencia e Ordens bem podiam ser despachados uma vez por semana pelo capellao-mor, e os do Conselho de guerra pelo general em chefe com dous officiaes da secretaria. Tao geral e servil apparecia comtudo a imitagao, que ate para o regimento da alfandega do Rio se foi buscar por modelo o foral da alfandega de Lisboa, creando-se, com o fim de evitar o escandaloso contrabando, as mesmas duas classes de guar- das e outras disposicoes em tudo identicas as que na capital do Reino tinham sido estabelecidas. Nem se lembravam os conselheiros do monarcha, segundo- apurava o periodista, que o Tejo e, ate defronte da cidade, um rio estreito, com- parado com a arnpla bahia de Guanabara, n esta "desa- guando 14 rios navegaveis para onde se podem mandar lanchas e botes a toda a hora" (i).

O Correio Braziliense, com ser o unico periodico por- tuguez do tempo que podia manifestar independencia, por- que se editava fora dos dominios reaes e tinha a sua frente um homem de espirito desassombrado e clarividente, consti- tue o melhor, senao o exclusivo (2) repositorio das falhas da administragao brazileira. O jornalista catava-as escru- pulosamente para expol-as a luz da publicidade, e nao ces- sava sobretudo de verberar os famosos capitaes generaes do ultramar, que a mudan^a da corte nao afugentou, no maior

��(1) Cornio Itni. .ilifiise, n. cit.

ii i Em 181. > fundou-se om Londros, sob a direccao do Dr. Joao Bernardo da Rocha. outro periodico O Portuguez do mesmo gencro e orienta<jao do Correio.

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