764 DOM JOAO VI NO BRAZIL

Nao era porque escasseassem pianos. D. Rodrigo os havia externado por atacado, e um dos seus predilectos fora justamente o das communicac.qes pelo sertao - "do Para com Matto Grosso pelas cachoeiras do Rio Madeira (i), e do Para com Goyazes pelos Tocantins e Tapajoz - em que meditava muito antes de vir para o Brazil, quando aconselhava o Principe Regente que guarnecesse de tropas o Para, colonizasse com soldados e degradados a linha de continuidade pelo interior e protegesse a costa com uma marinha ligeira e activa, ao mesmo tempo que se propagavam novas culturas "furta das habilmente ao governo de Ca- yenna" (2).

Sa bemos como chammejava a imaginagao do conde de Linhares, da qual escrevia o consul Maler ser "plus propre a enfanter et a adopter toute espece de projets qu a creer et murir les moyens d execution." Exceptuada porem esta energia quasi negativa pela sua precipitagao, o que ficava so se distinguia pela sua despreoccupagao marroquina.

Ninguem deixou descripgoes mais crueis da adminis- traqao do Reino do Brazil do que Maler na sua corres- pondencia official. Quando falleceu o conde da Barca, que ja havia muito mal podia trabalhar, Dom Joao, como quern tivesse ficado cangado com Linhares de ministros diligentes e com Barca de ministros illustrados, e quizesse de entao

��(1) Trata-se da rota seguida de penetrag3,o buscando, cam a de Sao Paulo, a convergencia em Cuyaba, on melhor, no planalto dos Parecis, "oxpr ssivo dirortiuni <i<iti<innn no bella dizer de Euclydes da Cunha, de aude irradiain cau daes para todos os quadrantes, e quo teve, em pleno contraste com este caracter pliysico dispersh O, uma funcgao histovi ca u nificadora que so seva bem compreliendida quaado o espirito nacional tiver robustez bastante para escrever a epopea maravilhosa das Monroes."

("2) Carta cit. de 29 de Dezembro de 1801, no Arcb. Publ. do sRio de .Taneiro.

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