782 DOM JOAO VI NO BRAZIL

geito a favorecer. Assim, o consul geral russo Langsdorff que, alem de colleccionar 1.600 variedades de borboletas, plantara na sua fazenda Mandioca 20.000 cafezeiros e fabri- cava em 1819 perto de i.ooo saccos de farinha por anno, carecia para prosperar nas syas lavouras que, nao fallando dos seus sessenta escravos, o Rei indirectamente Ihe angariasse tra- balhadores bastantes, concedendo isengao do servigo de mili- cias aos moradores da visinhanca que se prestassem aos servi- cos agricolas da referida propriedade. (i).

Foi comtudo esse consul o primeiro da sua classe de functionaries estrangeiros a desacreditarem o nosso systema de colonizagao estipendiada, assim como foi o conde da Barca o nosso primeiro agente de emigragao na Europa, prodigo como todos os mais de promessas pomposas. Langsdorff nao trepidou em mandar relatar em gazetas do seu paiz e da Allemanha que, dos Europeus transportados para o Bra zil, alguns tinham expirado de miseria e outros sido recolhi- dos por navios americanos e levados gratuitamente para os Estados Unidos, onde o Governo Federal, comquanto nao houvesse mandado abonar as passagens d esses emigrantes que Ihe chegavam sempre a proposito, os abrigou, alimentou e proveu de terras para cultivar.

O Congresso de Vienna, junto ao qual se quiz fazer valer a conveniencia da expansao colonial de Portugal como augmentando as vantagens possiveis para a immigragao euro- pea nos seus territories brazileiros dilatados pelas armas da velha metropole, nao era Jnfelizmente assemblea que se dei- xasse levar pelas visoes de Barca ou pelas blandicias de Pal- mella. A Santa Allianqa foi tratando toda ella de subtrahir

��(1) Henderson, ob. cit.

�� �