<, DOM JOAO VI NO BRAZIL 830

Segundo consta dos papeis of ficiaes ( I ) , a questao teve sua origem nas susceptibilidades da chancellaria brazileira, justamente melindrada pela pouca pressa -- alias intencio- dalmente correspondida por occasiao da resposta - - com que, sob os pretextos de fazer muito calor e de estar prepa- rando as carruagens para a festa, o diplomata communicou sua missao temporaria e pediu a audiencia do estylo; e tam- bem pela forma descortez com que o mesmo diplomata recla- mou a prisao do seu cozinheiro e de um sapateiro, francezes ambos, de quern tinha queixas e que queria textualmente por a pao e a agua.

O conde da Barca deixou ate por inteiro de acquiescer a esse estranho pedido official e nao so formulou, como exe- cutou a proposito a ameaga de devolver qualquer nota menos correcta, o que sobremodo contrariou Balk-Poleff que, em despique d isso e da falta de prompta concessao da sua au diencia, deixou de comparecer (com o seu collega hollandez Mollerus que Ihe esposou o resentimento, por motivo dos laqos de familia que cstreitamente uniam as respectivas cor- tes) as recepc.oes de grande gala de 7 e 25 de Abril, nas quaes, de pe sobre o throno e rodeado da familia real e dos grandes da corte, o Rei recebia primeiro os cumprimentos dos representantes estrangeiros em corpo e dava em seguida beija rnao a todas as classes distinctas do Estado.

Para bem accentuarem sua ausencia, que nao justifi- cavam, como o ministro americano a sua, por motivos de saude, os representantes russo e hollandez assistiram n aquel- las datas a todo o espectaculo, ate meia noite, no theatre de Sao Joao, proceder que assirn Ihes era exprobado pelo encar-

��( 1 ) Corresp. de Ma lor, no Arch, do Min, dos Neg. Est. de Franga.

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