DOM JOAO VI ffO BRAZIL 953

militares e da Torre e Espada, cobriram-lhe os hombros com o manto das mesmas ordens e passaram-lhe o manto real de velludo carmezim bordado de estrellas d ouro e forrado de setim branco. N estas galas mortuarias celebrou-se o beija- mao da defuncta na presenga do novo Rei - - "o qual esta na maior desolagao possivel de magoa e de saudade, perdeu o comer e ainda persiste em continue pranto" (i).

Mettido o corpo n um caixao forrado de fina lhama branca e por fora de velludo negro, com drogas aromaticas seccas e moidas dentro (2), celebrou-se o funeral com as mesmas solemnidades, em maior escala, observadas por oc- casiao do enterro do Infante Dom Pedro Carlos : identicos responses e outros actos religiosos do ritual e da pragmatica e uma importante exhibigao militar. Nas decoragoes luctuosas da egreja predominavam os tons roxos da viuvez, e a pompa da realeza ainda se affirmava na construcgao de columnas de capiteis corinthios e cupula de velludo preto com galoes de ouro e prata sob que respousava a ega, em redor da qual se succediam em todos os altares missas encommendando a alma da soberana.

O officio funebre foi presidido pelo nuncio do Papa, que rezou o responso final, seguindo ate a porta o cortejo em que figuravam a familia real, a camareira-mor e as damas "vestidas de donaire", todos os circumstantes segurando to- chas. No prestito formaram os conegos e os nobres, de capas pretas, nas suas montarias tambem cobertas de mantas de lucto, alumiados pelos criados de libre ostentando nos teli- zes do brago os brazoes das casas fidalgas que serviam.

��(1) Carta tlo INIarrocos ao Pal, de 30 de JVlargo do !S,l(j.

(- I Miliv Luix Goncjalves d<>^ Sanctos, ah. cit.

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