DOM JOAO VI XO BRAZIL 977
Quando o corpo era de urn condemnado pelo crime de parricidio, cortavam-se-lhe a cabeca e maos para ficarem expostas as vistas do publico aterrado e a voracidade dos urubus.
A falta de seguranga, effeito da alteracjlo da vida col- lectiva, nao da commiseragao regia, convertera-se n uma das feigoes peores da existencia fluminense. Os escriptores es- trangeiros do comeco do reinado americano de Dom Joao VI a nao mencionam, ao passo que os do fim a relatam demora- damente. Os assaltos nocturnes tinham-se tornado communs. Conta von Leithold - - a quern d outra vez, quando ausente, arrombaram os ladroes a porta e carregaram toda a baga- gem, inclusive o seu uniforme de capitao de hussards que regressando uma noite a pe do theatro, foi perseguido por uma quadrilha de negros armados, devendo a salvacao a pusillanimidade dos atacantes mais do que ao proprio san- gue frio, pois que, embora mostrando disposicao de defen- der-se, deixara dominar-se pelo terror.
Queixando-se elle no dia immediato do occorrido ao cunhado, Silvestre Pinheiro Ferreira informou-o de que nas noites precedentes a policia recolhera a cadeia nao menos de 300 individuos de cor, cada um dos quaes tinha sua faca e que facilmente passariam de vagabundos a aggressores. Seis annos antes de von Leithold, ja Marrocos escrevia ao pai (i) que cidade e suburbios andavam infestados de ladroes, cujas proezas comegavam logo a bocca da noite, accommet- tendo transeuntes, pilhando casas e muitas vezes comple- tando o roubo pelo assassinato (2).
��(1) Carta de 28 d e iSetembro de 1813 cuitos 2! as^taioT"* 68 dlZ Ma " OCOS c ntara -<* P^iu^no cir-
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