984 DOM JOAO VI NO BRAZIL

fidalgos da corte que assim passara a reviver no fausto de Lisboa.

As festas do casamento do Principe Real foram, dentro dos recursos de grandeza do novo Reino, a altura do aconte- cimento e dos nubentes. Para dar brilho ao enlace da Infanta Maria Theresa, em 1810, ja havia a Corte envidado o me- Ihor dos seus esforgos, ordenando touradas e cavalhadas que nao importavam comtudo em novidade para a colonia, onde pelo menos as cavalhadas constituiam urn folguedo nacional n uma praca (i) adrede construida no Campo de Sant Anna com 348 camarotes, recita de gala, decoragoes publicas e illuminances. Os artistas nacionaes eram ainda insufficientes em pericia para o gosto das ornamentagoes, para as quaes comegariam em 1817 a ser postos em contri- buigao os talentos dos artistas mandados vir de Franca para

deus caches e arreios reim-ttidos para o Itio, que cuistararu 835 libras < siorlinas. Era a h gac.-fi .> que occasaonalmente satisfazia as encommen- das da corte, quer fossem livros de mineralogia para Unbares, quer fossem len(;os de seda para o pescoco do Kegente, aos quaes Funchal mandava carlnhosaanente applicar alinolaidrnhas de cambraia de linho em V!--z de algodao, por causa do dim a, escrevia elle. As cant as trimen- saesi appaveciam avultadas, geralmente entre 1.000 e 2.000 libras afora salaries ; nao tanto por aquellas encommendas, que erara raras, como ])das muitas des]>c/as extra ordinarias da missao. Urn a funccao na legagao, por exi^mplo, custou 120 libras: o Te-Deum pela chegada da familia real a Babia importou em 1(5,3 libras ; as luminarias pela che- garta ao Rio 170 libras. A capdla da legacao constituia urn a" des-pe/a permanente, com sen capellao e a musica, a que se pagava umas KiO libras por anno. As repetidas viagens de Funchal a Worthing, Ply mouth, etc., figuravam como outra ])arcella importante dos gastos, nunca se.ndo inieriores as il/sp-zas a 100 libras e passando frequ-en- temente de L OO uma excursao maior ou mais demorada.

Os coches de gala de Dom Joao VI foram restaurados em 1817 pelo pin tor portuguez Manoel da Costa e Dom Pedro Ihes addicionou um mais, fabricado em Pariz para o Kei Jose Xapoleao e que nao cho.gara a ser usado n^m snquer remettido para Madrid.

(1) ^N T s ultim.os tempos da estada no Rio da corte de Dom Joao VI, esta arena preparada para touradas a portugueza servia de L-irco onde trabalhava com grande successio uma companhia de acro- batas e funambulos ingle^es, acudindo a populacao a rir estrepitosa- mente com os tregeitos dos palhaqos, applaudir os maravilhosos exer- cicios equestres de Mr. Southby e extasiar-se deante da corda bamba e dos equilibrios de Mrs. Southby.

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