1038 DOM JOAO VI NO BRAZIL
impossivel qualquer tentativa, e esta e a triste situac.ao do governo.
Tao evidente era, que d ella se ia apercebendo perfeita- mente o publico: tairibem os cartazes e as diatribes multipli- cavam-se espantosamente. Tudo indicava que nao tardaria a explosao do vulcao sobre que se repousava. Medidas tranquil- lizadoras, ninguem as tomava no meio do torvelinho, ao Rei competindo alias adoptal-as. Nenhum systema se procurava se- guir no Pago, nem se organizava um governo forte para con- jurar os apuros. O espectaculo era lamentavel, de uma tao singular apathia que nao logravam sacudir os inimigos ja confesses da situagao, muito menos os que ainda andavam a espreita de um ensejo para langarem o repto. Na verdade porem o poder so exhibia indeterminagao, sujeitando-se a ser dominado pela forga dos acontecimentos. Maler surprehen- dia-se com razao de que nem se effectuassem prisoes entre os que de noite affixavam boletins incendiaries ou durante o dia parolavam em termos sediciosos.
Em Lisboa calculara-se mais reaccao por parte do throno. Era ate voz geral (i) que Dom Joao VI solicitara da Inglaterra o auxilio armado estipulado pelos tratados de allianga e de garantia para as graves emergencias nacionaes. De facto a politica britannica buscava, como esta nos seus habitos intelligentes, tirar o maximo proveito de circum- stancias que nao favoneara, antes aborrecia.
Si a diplomacia franceza, na esperanga de por de lado os Inglezes e auferir as vantagens de que estes se achavam na posse, mostrava certa sympathia pela evolucao liberal portugueza, a diplomacia ingleza por sua vez desviou do movimento qualquer ameaga. Sacrificando seus resentimen-
��(1) Officio de Lesseps, de 27 de Dezembro de 1820.
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