DOM JOAO VI NO BRAZIL 661

certo modo os mcvimentos dos elementos em presenga, irnpe- dindo a desconfianga de degenerar no Rio da Prata em con- flicto agudo entre Portugal e Buenos Ayres.

Estes famosos armamentos militares e navaes desem- penharam um papel notabilissimo na historia psychologica do tempo : inf undiram tantos ou mais receios do que a In- vencivel Armada. Em Portugal e ilhas adjacentes chegou a haver quasi panico. Varias familias da Madeira foram, as- sustadas, refugiar-se em Lisboa ao expedir a Regencia do Reino ordem de apromptar-se a defeza d essa ilha e bem assim das dos Agores e Cabo Verde, transportando-se para o interior das terras tudo quanto fosse mercadoria depositada na Alfandega ou objecto precioso existente nas habita- goes ( i ) .

Tambem no Rio, quando a gente do paquete inglez en- trado a 6 de Julho de 1818 contou ter avistado na bahia de Tenerifre uma esquadra hespanhola que transportava quatro a cinco mil homens de desembarque, reinou grande susto entre o povo, chegando a commogao ao Rei e seus Ministros, que ficaram anciosos. Convocaram-se a conselho os officiaes generaes mais experimentados ; interrogou-se o ministro da Hespanha, que disse nada saber e muito provavelmente igno- rava tudo; expediram-se navios para Santa Catharina e para Montevideo com soldados e munigoes de guerra (2). De resto, Angeja- -um mavorcio marquez a quern Marrocos compara n uma de suas cartas (3) ao homem de ferro da procissao de Corpus Christi ou o Centurio convertido na do Enterro, pois nelle tudo era metal, e ate trazia a banda

��(1) Officio do consul geral Lesseps, .de 14 de Junho de 1818, ,

(2) Officio de Maler de 19 de Julho de 1818.

(3) iCarta ao Pai de 10 de -Maio de 1813.

�� �