DA MINHA ALMA.
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Eu buscava á minha lyra
Dar tão Sublime expressão,
Que d'amisade mais pura
Fosse a fiel traducção ;
Um echo, que repetisse
As fallas do coração.
Mas a lyra, a pobre lyra
Tanto tempo abandonada,
Apezar dos meus esforços,
Ficou tão desafinada!...
Do que o meu coração disse
Não soube repetir nada.
Em vão suppliquei às musas
Que a viessem afinar;
Não me ouviram; ou quizeram
D'est'arte me castigar,
Por tanto tempo passado
Sem èu d'ellas me lembrar.
Só dos filhos predilectos,
Que por ellas estremecem,
Para Ornar as nobres frontes