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ECHOS

Do pranto ungido da dôr;
Final scentelha de lume,
Que a falta de óleo consume,
Ou derradeiro perfume,
Que se desprende da flòr.


Não penses, virgem querida,
De novo chamar á vida
Esta lyra que, perdida,
Jaz do olvido no pó;
Si accordou de somno largo,
De tão profundo lethargo,
Foi para, com pranto amargo,
Carpir sua patria, só.


Hymnos dar-te eu não espero;
Do coração, porem, quero
Um vóto ardente e sincero,
Por ti, ao céu enviar:
Possa, mimosa donzella,
A tua rósea capella,
Da virtude a flor singela,
Pura sempre conservar!


3 de Dezembro de 1863.