DA MINHA ALMA.
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Si o Eterno, n’um sorriso,
Te colheu no paraiso,
Onde vivias tão pura;
Si, no seu sôpro celeste
Á terra um dia vieste
Adoçar nossa amargura;

Porque, modesta florinha,
Occultas recatadinha
A tua divina essencia?
O teu segredo é trahido;
Esse aroma tão subido
Te denuncia a existencia.

Quando ao universo baixaste,
Porque esse nome mudaste,
Que te cabe de direito?
Tu, que até foges ás brisas,
Melhor que outra symbolisas
O sublime —amor perfeito.—

Oh! não deixes que outra flor
Use o nome encantador
Que possuias no céu;