36
ECHOS
«Tu, Senhor, qu’és tão bom, porque roubas
«O consôlo de minha existencia?
«Porque fazes que misera eu soffra
«O terrivel martyrio da ausencia?
«Não me leves a amiga sincera,
«Que me tem extremosa affeição;
«Esta amiga, que irmã considero,
«Bem querida, do meu coração.
«Ah! consente, Senhor, que ella fique,
»E que viva p’ra sempre a meu lado;
«Que de perto eu adore as virtudes
«De que tens a su’alma adornado.
Eis, Elisa adorada, as palavras,
Que dirijo incessante ao Senhor,
Tendo o rôsto de pranto inundado,
Tendo o peito partido de dor.
Mas ainda me anima a esperança
De que Deus minha prece ouvirá,
E das lagrimas tristes que verte
Meu amor, piedade terá.