DA MINHA ALMA.
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Que lyra me dá tão bella,
Depois de arrancar-me d’ella
O mago dom de encantar!

Para que me serve a mim,
Esta lyra de marfim
Córdas de ouro possuir,
Si este sentir de meu peito,
Ella não sabe com geito,
Com perfeição exprimir?

Ah! si a ella a sorte avára
Dér um dia uma voz clara,
Uma voz toda divina,
Então, com terna doçura,
Dirá a doce ternura
Com que te adoro, Angelina.

27 de Dezembro de 1850.