DA MINHA ALMA.
79

Minha saudade é tão negra,
Qual noite tempestuosa;
E negra a tua saudade
Como véste luctuosa;
Ambas teem a côr da sina
Que nos coube, tão mofina!...

Eu quero, pois, minhas lagrimas
Com teus prantos confundir;
Quero meus tristes queixumes
A teus queixumes unir;
Quero comtigo viver,
Porque te vejo soffrer.

O formoso amor-perfeito,
Que a teu lado floresceu,
Que, tão lindo, reflectia
O argenteo espelho teu,
Vazio um lugar deixou,
Onde a saudade brotou.

Mas não temas que te deixe
Esta florinha querida;
O proprio tempo que passa,