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ECHOS

O porvir, que, lisongeira,
Me promettia risonho,
Porque tu me não consentes
Gozar ao menos n um sonho?
Porque o envolves em trévas,
Porque o fazes tão medonho?!

Ah! Senhor! dá-me de novo
Esses annos tão gentis,
Esses dias tão viçosos
De meus brincos infantis,
Em que eu tinha uma esperança,
Que me tornava feliz;

Que, de flôres esmaltado,
Um caminho me apontava,
O qual percorrer commigo
Fagueira me assegurava,
E conduzir-me á ventura,
Que d'elle no fim raiava!

Então eu suppunha lenta
Do tempo a fugaz carreira,
Que eu bem quizera tão rapida