mal! Associações, trade unions, barateamento do capital, seguros de velhice, reclamação para o dominio social dos serviços collectivos, regularisação da concorrencia, etc., etc., todas essas reformas revolucionarias, tentadas pelo socialismo, são tigellas d’agua morna, deitadas sobre uma gangrena. São ainda subterfugios traiçoeiros do horrendo burguez. O mal, o verdadeiro mal, que é necessario extirpar, é a propria ideia de direito, de lei, de auctoridade, de Estado.

O homem nasceu livre como nasceu bom e proprio para ser feliz: e todavia por toda a parte está escravisado, e pena sob essa escravidão. Mas quem o escravisa, quem o faz penar? A sociedade com toda a sorte de peias, de estorvos, que se oppõem á livre expansão da natureza humana, que é fundamentalmente e innatamente boa, e que não poderia nunca ser senão um radiante progresso do homem no sentido do bem. Esses impecilhos odiosos são as leis, a auctoridade, o Estado. A propria moral é, como o direito, ficticia, e um outro jugo imposto ao homem. Tudo isso, pois, tem de ser destruido, para que a nova humanidade realise, na absoluta liberdade, a absoluta felicidade. Mas como a sociedade está irremmediavelmente impregnada d’esses funestos conceitos, que são a sua alma, e o seu principio de cohesão, é inutil fazer revoluções para a transformar ou melhorar; porque, qualquer que seja fórma que se dá á sociedade, ella conterá sempre em si o virus horrivel: — o principio do direito, do Estado, da auctoridade!