ELUCIDÁRIO MADEIRENSE - VOLUME I

A Comissão Distrital não aprovou esta adjudicação de sorte que, em 14 de Junho de 1913, anunciava a Câmara que mais uma vez se achava aberto concurso público para a execução das mencionadas obras, vindo a empreitada a ser arrematada pela firma comercial Luiz da Rocha Machado & C0 em 26 de Julho do mesmo ano, a qual havia oferecido um lanço inferior em 24:650$000 réis à base da licitação. Era esta de 323:500$000 réis, sendo 161:400$000 réis para as obras de abastecimento de águas, e 162:100$000 réis para as de canalização de esgotos.

A deliberação camarária que entregou a empreitada à referida firma foi confirmada pela Comissão Distrital em 8 de Agosto de 1913, e, em 23 do mesmo mês e ano, celebrava se o contrato de adjudicação, o qual sofreu mais tarde as modificações constantes do termo lavrado em 22 de Setembro de 1914.

Por várias vezes, procurou a Comissão Administrativa da Levada de Santa Luzia criar obstáculos ao aproveitamento das águas dos Tornos para o abastecimento da cidade, mas, por fim, conseguiu a Câmara Municipal chegar a um acordo com ela, celebrando se em 3 de Julho de 1912 uma escritura, pela qual era reconhecido à Municipalidade o direito de captar nas mesmas nascentes, e para o mencionado fim, o fluxo continuo de 18 litros de água por segundo. Esta escritura, pela qual a Câmara fez também algumas concessões à referida levada, foi publicada nos n1s 11:291, 11:292 e 11.293 do jornal funchalense Diário de Notícias. Habilitada a Câmara com os meios e recursos precisos para dotar a cidade com águas potáveis e uma boa rede de esgotos, parecia impossível que podessem surgir quaisquer obstáculos à realização de tão importante melhoramento, sobretudo depois da adjudicação dos trabalhos. Não contavam, porém, nem a Câmara nem o público com a guerra europeia, que havia de fazer subir de uma forma extraordinária o preço dos materiais de construção e tornar impossível a execução das obras nas condições da adjudicação. Em 29 de Novembro de 1916, deferiu a Câmara um requerimento do empreiteiro datado de 20 do mesmo mês, em que era pedida a rescisão do contrato celebrado para o abastecimento de águas e canalização de esgotos do Funchal, e, em 25 de Julho do ano imediato, recebia o mesmo empreiteiro a quantia de 80:029$468 réis, por saldo do preço dos trabalhos que havia executado. Antes disso, tinha ele recebido 20:814$918 réis em 22 de Abril de 1915, e 8:041$805 réis em 8 de Abril de 1916, sendo portanto de 108:886$191 réis a importância total que lhe foi paga pela Câmara.

Há canos para água e esgotos assentes pelo empreiteiro na Avenida Manuel de Arriaga e R. da Imperatriz, e canos só para esgotos na R. das Hortas, desde a Avenida de João de Deus até a Avenida de Pedro José de

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