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I
Invocação

Musa, eu quero ir ó gigantesco enleio
Dos litteratos, que chamam de mão cheia;
Eu quero o meu candil levar em punho
A festa, que de si é uma epopeia.

Por isso, ó Musa, ó nume encantador!
Ó sombra indefinível de mulher!
Não me deixes a mente aqui dormir,
Leva-me á festa, quero lá viver.

Vem, tu, que a tantos gloria has dado e nome,
De papoulas a minha fronte ornar.
Vem tirar-me das varzeas do Mondego,
E dá-me inspiração, quero cantar.

Lá n’esse patrio lar de rouxinoes
Quero meus carmes no arrabil tanger.
Leva-me, musa, leva-me um cantor
Que eu sinto o genio minha mente encher.

E ha de, qual balão em dia tenebroso,
Subri ate sumir-se pelos ceus;