Hermano concentrou-se um momento.

— Quem possui a sua beleza e a sua alma, tem o direito de ser amado exclusivamente, sem reservas e sem partilhas. A senhora não pode ser a simples companheira do homem a quem se unir. P preciso que esse homem lhe pertença, que viva inteiramente de sua afeição, que se consagre todo à sua felicidade. Se ele tivesse uma idéia, uma preocupação, uma reminiscência, que o disputasse ao seu amor cometeria uma infidelidade; e a senhora havia de exprobrar-lhe o tê-la enganado. Podia eu, conhecendo-a como a conheço, sacrificar o seu futuro, que deve ser tão brilhante?.

Amália pousou os seus belos olhos no semblante de Hermano.

— Tem razão, disse ela docemente. O meu amor não basta para encher tão completamente a sua vida, que não haja lugar nela para outra afeição. Desde que o passado ainda vive em sua alma, o que iria eu fazer senão perturbar a tranqüilidade de seu espírito e profanar as suas recordações? É melhor assim; guardaremos pura e sem ressaibo a lembrança desses poucos dias que vivemos juntos.

Ela ergueu-se, estendendo a mão ao amante.

— Adeus, Hermano.

— Amália!... Talvez.—