mas a sua confiança, minha senhora, a estima que consagro a toda a sua família, e o desejo de concorrer para a felicidade de duas pessoas que tanto merecem impõe-me esse dever.

Henrique revelou o segredo de Amália. D. Felícia caiu das nuvens. Não podia crer. Apenas retirou-se o médico, ela dirigiu-se ao aposento da filha. Amália, de pé junto à janela, com a fronte apoiada na aba da porta, tinha os olhos presos na casa vizinha; e tão absorta nessa observação, que a mãe aproximou-se e ficou muito tempo a fitá-la, sem que ela percebesse.

D. Felícia não duvidava mais. Teixeira tinha razão. Amália amava Hermano e era um amor veemente que se lia em seu formoso semblante como em uma página aberta.

-- Queres casar com ele? perguntou a senhora afetuosamente.

Amália estremecera a essa voz. Com as faces inflamadas pelo pejo e os olhos em pranto, atirou-se nos braços da mãe e escondeu o rosto no seio dela.

D. Felícia acariciou-a com ternura e repetiu a pergunta que a moça escutara da primeira vez.

-- Casar?... Com quem?... interrogou ela atônita.

--Com ele? Com o Hermano.

Uma palavra prorrompeu do seio da moca, como a explosão de sua alma.

-- Nunca!

E desprendeu-se dos braços da mãe, com uma violenta expressão de pavor. Amália passava pelo mesmo espanto que teria se sua mãe lhe acabasse de propor para marido um h