Soprava a viração da noite.
O primeiro lufo, cortando o ambiente cálido e estagnado, e derramando no ar uma onda de frescura, rugitou pela folhagem das mangueiras.
Com a rajada, as rótulas se tinham afastado de modo a mostrar no quadro da janela o interior do aposento.
No centro havia uma mesa de charão com um vaso de rosas, colhidas naquela tarde. Amália vira quando Hermano as cortara da haste e pensou então que eram uma oferenda do marido à esposa querida. Naturalmente iam ornar o seu toucador.
Junto do vaso estava aberta uma caixa de carvalho com preparos e utensílios de flores artificiais; e na beira da mesa uma peanhazinha de bronze que mantinha direita na sua haste de arame uma rosa de pano ainda por acabar.
Hermano sentado ao lado com um livro aberto lia a meia voz; e embora o sussurro de suas palavras se perdesse nos rumores da noite, podia Amália mesmo de longe ver-lhe o movimento d