Verdoengo véo, despeja mais quinhentos;
Auletes serio os guia, e vira e açouta
De arvores cento o marmore espumoso:
Tral-o immano tritão, que os váos ceruleos
210A buzio aterra, humano híspido o rosto,
De ceto o immerso ventre, ao semiféro
A vaga sob o peito alveja e estoura.
O thetio sal com bronze, em baixéis trinta,
A pró de Troia cabos taes retalham:
215A alma Phebe, o Sol posto, meio Olympo
Já no carro noctívago attingia.
O cauto Enéas, sem dormir cuidoso,
Prosegue dirigindo o leme e as vélas:
Eis um côro de nymphas lhe apparece,
220Naus suas que a benéfica Cybele
Deusas do ponto fez; a nado o sulcam
Tantas emparelhadas, quantas ereas
Proas retinha a praia, e apercebendo
A seu senhor, com dansas o circundam.
225Atrás Cymódoce, a melhor fallante,
Na dextra a pôpa tendo, altêa a espadoa,
Sorrema com a esquerda as ondas mudas;
Ignaro o adverte: «Enéas, tu vigias?
Vigia, ó divo, ao panno escotas larga.
230Do cume sacro ideu somos teus pinhos:
Do Rutulo a perfidia a ferro e fogo
Nos apertava, e amarras nós invitas
Quebrando á pressa, em tua busca andamos;
Que em fluctícolas deusas compassiva
235Aviventou-nos Rhéa. Ascanio, saibas,
Dos rojões do latino feio marte
A custo se defende; já da Arcadia
Junta a cavallaria ao Tusco extrénuo
Postou-se onde marcaste, e firme a que elles
240Se approximem da praça oppõe-se Turno: