A Parca o prêa e sagra á lança evandria,
Solvendo ao velho os desmaiados lumes;
Pallante o aggrede, orando: «Ó Tiberino,
O remessão que libro, alado o emprega
420Do atroz varão no seio: um teu carvalho
Terá delle os despojos e estas armas.»
O deus o ouviu; que Haleso ao bote certo,
No cobrir a Imaon, descobre o lado.
Lauso, um pilar da guerra, os seus não deixa
425De um tal golpe assustar-se: a Abante opposto,
Do combate eixo e nó, destroe; prosterna
Tuscos, Arcadios; nem vos poupa, ó Troas,
Poupados por Ageus. Travam-se, em cabos
E em fôrça iguaes: baralham-se as fileiras;
430Os tiros e o manejo o apêrto empacha.
Cá Lauso se afervora, alêm Pallante,
Ambos equevos quasi, ambos formosos;
Mas a patria revêr lhes nega o fado:
Não quiz do Olympo o rei que ás mãos viessem;
435Mór inimigo talhará seus dias.
Eis, da irmã por conselho, em veloz coche
Turno, a Lauso acodindo, as filas corta:
«Parai, socios; recebo eu só Pallante,
Pallante a mim se deve: oh! se aqui fôra
440Testemunha seu pae!» Cedem-lhe o passo:
Admira o moço a obediencia prompta,
Mede ao suberbo[1] o talhe formidavel,
Rodêa ao longe a furibunda vista,
E ao tyranno responde: «Ou morte nobre,
445Ou vai despôjo opímo honrar meu nome;
Sorte igual a meu pae: não feros, obras!»
Fallando ao plaino marcha: coalha o sangue
Nos corações arcadios. Pula Turno
Da biga, a pé remette; imagem propria
450Do rompente leão que ao touro voa,
- ↑ suberto no original, erro tipográfico.