Do riquissimo em lavras nobre Ausonio,
Volscente, o rei de Amyclas taciturna.
De cem braços e mãos Egeon, narram,
Fogo expirava de cincoenta fauces,
560Com cincoenta broquéis tinnindo, espadas
Cincoenta a menear contra o Tonante:
Não menos, dêsque o Phrygio aquece o gume,
Bravo campêa. De Nipheu remette,
Peito a peito, á quadriga; e, assimque os brutos
565Bramindo o avistam fero, amedrontados,
Retrocedendo rapidos, ás praias
O coche rojam, seu senhor despejam.
Eis Lugo se apresenta em alva biga,
Mais o irmão Liger, que os frisões governa;
570Lugo acerrimo esgrime o iroso ferro.
Tal furia ao Teucro azéda; rue terrivel
De hasta apontada. E Liger: «Não diomedios
Corséis, carros achilleos, phrygios campos,
Tens aqui; vês a morte e o fim da guerra.»
575Das fanfurias, que em ar se desvanecem,
Em trôco Enéas lhes revira um dardo.
Prono Lugo, a pender nos loros, pica
Da arma os cavallos; por bater-se, adianta
O sestro pé: do aheneo escudo as orlas
580Entra a ponta e a virilha esquerda fura:
Do carro a baixo moribundo róla.
E amaro o pio heroe: «Nem tarda a biga
Falsou-te, ou sombras vãs a afugentaram;
Tu sim, Lugo, de um salto a abandonaste.»
585Nisto, a parelha empolga. O irmão, coitado!
Desmontando estendia inermes palmas:
«Por ti, varão por teus progenitores,
Deixa-me a vida, abrandem-te meus rogos.»
«Diverso, o atalha Enéas, blasonavas;
590Morre; irmão não he bem que o desampares.»