Descortinava: em cêrco das junturas,
Onde as vigas do solho a enfraqueciam,
A investimos a ferro, e do alto assento
Destroncada impellimol-a. De chofre
490O baque estronda: a ruína ao longe abafa
Turmas de Argivos; mas succedem outras:
Nem dardo ou pedra cessa, he tudo tiros.

Pyrrho á entrada no portico ufanêa,
Com aço e brilho aheneo relumbrando:
495Tal, cevada em má grama, á luz a cobra,
Que prenhe o brumal frio a soterrava,
Nova a pelle, se empina, e môça e nedia,
Lúbrico dorso enrola, ardua o Sol mira,
Fulge e vibra a trisulca ardente lingua.
500Com Periphas membrudo e a flor dos Scyrios,
Assalta o paço Automedonte o pagem,
Que os de Achilles picava ardegos brutos;
Lançam fachos ao cume. Á frente Pyrrho
A machadadas racha os umbraes duros,
505E ereos portões descrava da couceira;
Traves descose, firmes robles fende,
E cava ampla abertura. O interno centro
Apparece, e atrios longos patentêa;
Apparecem de Priamo os retretes,
510Mansões de priscos rêis; e um corpo em armas
Cobre o limiar. Invôlta a casa em prantos
Longo ecchoa; as abobadas ululam
Com femineo gemer, triste alarido,
Que aureas estrellas fere. Apavoradas
515Andam mães pelas vastas galerias,
E osculos pregam nos portaes que abraçam.
Pyrrho, emulando o pae, no ataque insiste;
Nem ha barreira ou guardas que o sustenham.
Do crebro ariete abolada a porta,
520Rue dos gonzos rendida. Á fôrça rompem;