BRASILEIRA
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direito de fazer! Velho e cançado, eu teria bastante motivo para me excusar da honra, que se me quiz fazer, se não fosse tambem movido pela gratidão para com a briosa provincia da Bahia, que duas vezes luctou contra as cabalas promovidas á impedir que podesse aqui levantar a voz em prol da patria. »

Em uma crise agitada como esta de 1831, a posição de José Bonifacio em frente de um governo hostil, tornava-se sobremodo difficil.

Firme em seu posto de honra, velando junto ao berço que lhe fora confiado, o tutor, olhado sempre com pela desconfiança e suspeita para a revolução, não tardou em ser arrastado pela lava encandecida das paixões politicas n'essa época de apprehensões sinistras, em que o espirito publico profundamente abalado, de tudo se arreceiava.

Suppondo-o connivente com a restauração, o governo suspendeu a José Bonifacio das funcções de tutor, arrancou-o violentamente do paço imperial, e mandou-o condusir preso, no meio da força publica, á ilha de Pequetá. [1]

XXI.

Deu-se então um d'esses espectaculos da historia an-

  1. Veja-se a este respeito o notavel discurso do Sr. Arcebispo da Bahia na camara dos deputados, sessão de 1834 (pag. 227 da collecção dos seus discursos parlamentares); e « Defesa do conselheiro José Bonifacio de Andrada e Silva no jury pelo desembargador Candido Ladisláo Japy-Assú. — Rio de Janeiro, 1835.