— O exorcismo. E, depois de uma pausa, ajuntou em tom misterioso. Se os homens pudessem fazer o mesmo ao coração livrando-o da saudade a alma sofreria menos no seu breve trânsito pela terra.

A Morte é a Flor da árvore da Vida: murcha no ramo, desfolha-se no túmulo, mas o pólen reprodu-la. O homem que lavra não se contenta, quando ara e depura o campo, em arrancar a planta maninha: cava, desarreiga a vige e o mais tênue filete de raiz e ainda lança fogo ao restolho para que não perdure sêmen nefasto. A flor aqui vai... Mísera flor! E lá vão os arrasadores destruir o gêrmen letal que ela deixou disperso no pequenino quarto.

— E tu crês, Brandt?

— Creio, sim; creio ainda que julgue a Morte uma ascensão, nada mais — o que nós chamamos Vida é a purificação do ser. Natureza, eis tudo. A alma entra na existência como em escala de aperfeiçoamento, passa do menor ao maior oscilando entre o bem e o mal. Em todo o homem subsiste a vaga