que rodavam aos solavancos, com um forte estridor de ferros.

Tanoeiros besuntados, com aventais de couro, martelavam aduelas, raspavam quintos e um cheiro ácido, avinhado, exalava-se em bafio de dorna.

Embarcadiços, de blusa ou em mangas de camisa, os braços robustos avergoados de veias túrgidas, tanados, a pele franzida em rugas, aos grupos às portas das vendas, cachimbavam ou riam às cascalhadas. Em vastos armazéns sombrios as sacas, em pilhas, por entre as quais enfiavam esgalgadas ruelas, topetavam com o teto.

No fundo fuliginoso de fundições havia um como flamejar de piras, tiniam ferros através do rumor reboante das máquinas.

Carregadores trotavam curvados ao peso de sacas e, chapinhando na lama, desapareciam em casarões vetustos e gente, num aforçurado ir e vir, abalroava-se aos encontrões, no mourejo ou na calaçaria: mulheres esmolambadas, crianças maltrapilhas farejando às portas, negros agigantados, o busto nu,