em uma pedra, sentando-se em outra e, depois de aspirar o lírio, disse:

“Uma tarde — eu então residia em um subúrbio de Londres — era no começo do inverno, a noite descia cedo — estudava solitário quando ouvi um vozeirar na rua, exclamações aterradas, gritos espavoridos. Precipitei-me para a janela e, abrindo-a, vi no lodo negro, a que se juntavam golfões de sangue, dois corpos escabujando. Um carrejão desaparecia em disparada fuga perseguido pelo clamor público e, como era a hora da saída das fábricas e das oficinas, em pouco tempo formou-se uma densa multidão no lugar do desastre”.

Tinha em minha companhia um colosso tibetano que me servia com dedicação e culto. Chamei-o e, mostrando-lhe os cadáveres, ordenei que me os trouxesse. Não sei como se houve, mas não gastou no ir e vir mais que o tempo necessário à corrida.

Recolhi com os despojos ao meu gabinete de estudo e, examinando atentamente os corpos, reconheci que um era de menino, a