vida que hoje tens, dando-te o meu fluido com o mesmo amoroso desinteresse com que a ave maternal encrava as garras no peito, esborcina a chaga a bicadas fazendo rebentar o sangue com que ciba o ninho.

És verdadeiramente o filho da minha alma.

Logo, porém, que te firmaste na vida assaltou-me uma dúvida incoercível sobre a alma que devia influir na tua existência, imprimindo-lhe a feição moral.

Duas erravam em volta dos destroços da carne, obedecendo ao prestígio do Karma, que é a força da integração, uma só, porém, havia de prevalecer visto como das duas vidas independentes uma apenas podia subsistir. Desde que se manifestaram no corpo refeito os indícios da ação dos sete princípios que agem sobre a matéria estava evidentemente provada a existência de uma alma. Qual delas seria a vitoriosa — a do menino ou a da menina?

Todas as minhas tentativas atinentes à descoberta desse mistério faliram. Velei noites longas, perdi largos e seguidos dias