É tarde! Suspirou por fim, e disse com melancolia: O lírio começa a esmaecer e pende. É a vida que se esvai!

Eu carecia de um corpo que me servisse de apoio como a ave precisa de um galho para pousar, escolhi a flor e a flor fenece.

Efetivamente o lírio inclinava-se lânguido, e dobrava-se na haste, mole, amarelecendo e Arhat, como para aproveitar os últimos instantes, precipitava as palavras pronunciando-as pungitivamente:

— Adeus! Preveni tudo para que não sofresses. Sofrimento basta o que em ti trazes. Hás de encontrar quem te guie os primeiros passos fora do teu paraíso. A fortuna que te lego garante-te os gozos da vida e o servilismo dos homens. Vê-los-ás curvarem-se ante ti como um campo de trigo ao vento e passarás calcando os preconceitos e as convenções, a honra, o amor, a justiça e as leis, a força e o brio, a inocência e a miséria e, longe de bradarem contra o opróbrio, os nobres, os honestos, os puros, os esposos ultrajados, as virgens infamadas, os juízes, os