olhos curiosos do mundo, no esterquilinio do comentário. É uma mulher singular, romântica até a loucura. Às vezes, repelindo-me docemente de si, põe-se a chorar em silêncio, mais linda assim enfeitada de lágrimas. Se a interrogo responde numa voz que comove e excita: “Tenho medo!” E uma vez descreveu-me o seu terror refletido num sonho: “Fomos surpreendidos. Eu o vi entrar armado, ouvi o estampido do revólver, senti a dor das feridas, o calor fluente do sangue, agonizei e morri. Morta, porém, li a notícia dos jornais descrevendo todo o nosso amor e lamentando o teu talento tão cedo roubado às letras e a minha formosa mocidade tão tragicamente fanada. E vi-nos, a ambos, lado a lado, frios, rígidos, entre círios de misericórdia, nas mesas do Necrotério e, em torno de nós, a multidão corvejando e eu ainda te amava, o meu coração, parado e frio, ainda pedia o teu, a minha boca crestada tinha sede dos teus beijos, o meu corpo amortalhado reclamava o teu corpo. Um horror!” E queres saber? Essa