— Eu? Em matéria de ciência duvido de tudo. Mahatmas?

— Sim. Esses solitários da Índia que conservam, como um fogo místico, que ainda há de resplandecer em nova aurora, toda a sabedoria antiga.

— Sei lá disso...

— Pois, meu amigo — ou James é um doido ou a sua vida é um paradoxo, um absurdo, a mentira encarnada na Verdade...

— Homem, falas com tanta convicção... Que diabo! Isso é sério?

— Por minha honra que o é Décio levantou-se preocupado, foi ao fundo da sala em passos, medidos e deteve-se contemplativo diante da Vênus de Milo, em mármore, resplandecente à luz. Fitou o olhar enamorado no corpo alvo e divino e disse:

— Isto também é um mistério. Toda Beleza é misteriosa. E a propósito — eram nele frequentes as transições improvisas que desnorteavam — sabes que ando a procurar com ânsia uma Afrodite, a deusa perfeita, filha da espuma branca? Calou-se de olhos muito abertos,