miséria, os dois renques da alaméda da Vida. Mas a dúvida, meu Deus! A dúvida, que há de ser a minha eterna companheira, a dúvida torturante, ou melhor: a Certeza, que eu nunca provarei aos que me alijaram entre loucos, da verdade do incidente da aquela tarde, a certeza horrível da visita de James Marian, da sua presença no meu aposento, do seu pedido, da entrega dos livros e dos originais, da sua partida, do rumor dos seus passos na escada... Tudo, tudo! Essa Certeza, meu Deus!... Loucura?

Não, eu estou perfeitamente calmo, rememoro todos os fatos sem omissão de um pormenor, lembro-me de episódios insignificantes... Pois se eu tudo refiro e se é tudo verdade porque justamente há de ser Loucura aquilo que mais fundamente me impressionou e de que eu me lembro com mais exatidão?

E agora, quantos me virem dirão que sou louco. Aqueles dias de encerro inutilizaram-me para o todo sempre... E eu estou certo de que a Verdade está comigo: Eu vi!