Nem me passou despercebida a calva do comendador luzindo por entre as folhas entreabertas de uma janela, a seguir-nos, com assombrada curiosidade, no trajeto que fazíamos, devagar, conversando, por entre as roseiras taladas.

Cigarras cantavam alacremente, borboletas esvoaçavam, pousavam nas bastes trêmulas e o sol, rutilando na areia, amolecia languidamente a folhagem num quebranto de fadiga voluptuosa.

E James, com a sua voz macia, acariciante, perguntou-me: “Se eu lhe podia traduzir do inglês um escrito, espécie de novela... Uma extravagância...?”.

— Pois não. Tomou-me o braço e eu, cada vez mais aturdido, tremendo como se fosse arrastado por um assassino, em viela escusa, longe de todo o socorro, estava intimamente encantado com a proposta que me deixava no limiar do arcano, ligando-me, pela inteligência, àquele estranho homem, cuja beleza era um mistério, maior, talvez, do que as suas excentricidades.