Ninguém se atrevia a atacar um assunto; a palestra era sussurrada, em segredo tímido, entre dois. Às vezes um sorriso percorria a mesa, morrendo onde começara. O próprio Basílio, sempre a rilhar sarcasmo, devorava calado, com um chapinhar de mandíbulas vorazes.

De repente, num arranque, afastando violentamente a cadeira, Decio pôs-se de pé, os braços estendidos para fora, numa atitude de adoração e de enlevo. Todos, num espanto mudo, seguiram-lhe o olhar deslumbrado.

O clarão da lua descia docemente cobrindo as árvores de uma névoa de prata, assoalhando de alvo a varanda, entrando à sala. Uma das palmeirinhas, à porta, reluzia e Décio, de olhos fitos. Saudou em arroubo:

“Ó Rabbelna... Baalet!... Tanit!... Anaitis!... Astarté! Derceto! Astoreth! Milita! Atara! Elissa! Tirata! Pelos símbolos ocultos, pelos sistros resoantes, pelos sulcos da terra, pelo eterno silêncio e pela eterna fecundidade, dominadora do mar tenebroso e das plagas azuladas, ó Bainha das coisas úmidas,