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Louco ousei acreditar
Nesses olhos de condão,
Que ás vezes mudos fallam
Dentro d’alma e coração.
Amei! — mas qu’importou,
Se ella infida renegou,
Com prejurio, com traição!
Creio em Deus, e em minha Mãe,
E na minha terra tambem —
Que de mim tem compaixão!
Riquezas? — Eu já as tive —
Nos meus tempos de outr’ora,
Hoje só a desventura
Incessante me namora.
Nunca contei inimigos,
Com ellas já tive amigos
Tão falsos como ellas são, —
Que sorriam á luz do oiro —
A só virtude e thesoiro
Deste mundo d’illusão!
Descrido assim no mundo,
Tenho só Deus — Mãe — e Patria —
Que mais quero nesta terra,
Onde a ventura é tão varia?
Heide pois cantar amores,
Que nunca digam rigores